Irmão Cechin no lançamento do Projeto Ecoprofetas no Palácio Piratini |
Em longa entrevista ao portal de notícias Sul21 (www.sul21.com.br), Irmão Antonio Cechin, Coordenador do Projeto Ecoprofetas, desenvolvido pela Associação Caminho das Águas com patrocínio do Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania, fala de sua vida de lutas e da opção pelos mais pobres. Da inclusão dos trabalhadores de menor renda; do projeto de formação e empoderamento dos catadores; da Lei Nacional dos Resíduos Sólidos; do trabalho de conscientização para a necessidade de separação do lixo pela sociedade; da salvação do planeta pela redução do consumo e reciclagem.
A entrevista é uma oportunidade para conhecer um pouco mais da história dos movimentos sociais e das alternativas de trabalho e renda no terceiro setor, principalmente da economia solidária.
Veja alguns trechos da entrevista:
-"Esta Lei das Carroças é desta administração. O vice-prefeito é o autor da lei (Sebastião Melo). É algo contra a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, criada pelo governo Lula e que prevê que a catação tem que ser feita diretamente pelos catadores. Porém, a única catação que se fazia em Porto Alegre e que vem reduzindo é feita pelos carrinheiros e carroceiros. Esta lei municipal é para acabar com tração animal e humana, exatamente a atividade de catação que ainda existe em Porto Alegre...Na prática, a única diferença é que carroceiros têm um meio de transporte melhor do que o carrinho de mão dos carrinheiros; na verdade, ambos são fundamentais para a saúde da sociedade. Estes ecoprofetas são responsáveis por 70% da reciclagem do lixo da cidade. As coletas feitas pelo poder público não representam 15%".
-"É toda a sociedade que não tem consciência. O Brasil é o segundo país do mundo em produção de lixo. As atividades dos catadores são vitais para a saúde do meio ambiente. Aqui o governo criou uns contêineres que todos acham uma maravilha, mas está misturando o lixo seco com o orgânico e acabando com a matéria-prima dos recicladores. Por outro lado, quando vejo essas campanhas institucionais sobre a educação eu me contorço de raiva. Esta burguesia não sabe nem separar o lixo em casa e quer falar em educação...Há um preconceito das pessoas com os catadores, principalmente das que moram perto das unidades de reciclagem ,que se isolam com muros e grades como se estas pessoas fossem lixo."
-"Este gauchismo de hoje, dentro dos CTGs, não apresenta militância em nenhum sentido para mudar alguma coisa. Para o gaúcho machista, Deus não pode existir porque não pode haver ninguém acima dele, nem mesmo Deus pode humilhá-lo. O pai patrão, típico da grande fazenda, é o cúmulo da blasfêmia".
-"Todos votavam na hora da eleição na classe dominante. Lula conseguiu e firmou a classe trabalhadora no poder. Porém, tanto ele quanto Dilma têm o governo, mas não têm o poder. O poder está no dinheiro".
Clique no 'link' abaixo e leia a entrevista, na íntegra.